(Não sou nada, nunca serei nada...) Não sou nada, nunca fui E nessa ausência, um céu se abriu Carrego em mim sonhos que não têm fim Um peso leve, um mistério sem fim Janelas que dão para o mundo De um quarto perdido, um coração fundo Cruzo ruas de pedras e sombras Por baixo delas, o destino assombra Tenho em mim todos os sonhos do mundo Mesmo que seja um nada tão profundo Nas ruas que a mente não pode alcançar Há morte, há vida, há um tempo a passar Estou vencido como quem já viu A verdade nua, o vazio sutil Essa casa é só um trem que parte Apita da mente, carregada de arte (E se soubessem quem eu sou... o que saberiam?) Uma despedida escrita no ar Cabelos brancos, paredes a chorar O mistério escorre, impossível parar Tenho em mim todos os sonhos do mundo Mesmo que seja um nada tão profundo Nas ruas que a mente não pode alcançar Há morte, há vida, há um tempo a passar Janelas fechadas, mas vejo além O Destino conduz pela estrada de ninguém Tenho em mim todos os sonhos do mundo... E um vazio que é tudo, profundo.