Meu corre eu tive que fazer sozinho,

2000 e crise, filho doente,

Minha mãe morreu, fingem falsidade,

Pataco na mão, eu não sei quem mais mente.

Eu construí um império, às vezes fiz uma prece, eles esquecem,

Noites acordado, lutando, trampando, compondo e criando essas track.

Tô vendo foto com combão na mão,

E a criançada passando perrengue,

Paga de ladrão, sem postura de homem,

Cês parece que está doente.

Diz que eu não vivo igual a vocês, que eu não sou um de vocês, Venho do mesmo lugar,

Só que eu não sou covarde, esperei minha vez.

Nas palavras se perdem e além, fogem do meu papo reto,

Só verde do bom, não atraso ninguém, meu corre é certo pelo certo.

Saco cromado pra me proteger, e proteger quem eu quero bem.

Muita testa oleosa, achando a mente brilhante, nem ideia tem.

Tem mano perdidos no Chronos,

Acha que tá no ensino médio,

Espera criança pra dar papo de Jack, na porta do colégio,

Fala que tem pra trocar, e nunca se quer de um tiro,

Nunca pegou numa arma, seu ''tiro'' é o mesmo que ''raio'', ainda acho bonito.

O que te atrasa é a farinha, k-9, lança e balinha,

E os peito de aço metido a ladrão, termina a história na pedrinha,

E bate a neurose e corre, faz a fita e mete o louco,

Queima, se ilude, diz que é o correto, e depois faz tudo de novo.

E bate a neurose e corre, faz a fita e mete o louco,

Queima, se ilude, diz que é o correto, e depois faz tudo de novo.

Vem pagar de ladrão na minha frente, se vier vai tomar,

E se tiver roubado morador da favela, a gente vai cobrar.

Vários moleque doente roubando, oprimindo, achando que é o torro,

Depois toma tiro de Cop, ou de irmão da neurose, e eu acho que é pouco,

Tá de mau humor, chama seu advogado,

Já vi vários entrar na ideia,

Por ligar no crime desnecessário

Quer fazer vapor no lounge,

Simula uma vida que não vai manter,

Abandonar a família, sem trampo,sem money,

E vai pra bailão fazer o quê?

Quer rir, pode rir, quer peitar, tem que ter coragem,

Falar pelas costas é fácil, de frente sou eu que leva vantagem.

Tô na disposição pras notas, mas não morro e não mato,

No morro eu tô presente, fumando do verde , contando os pataco!

Retórica braba, misturai com gíria, favela é pura história,

Filosofia do gueto, postura de homem, matéria obrigatória,

De bandido falso, a quebrada tá cheia, to vendo quem late mais,

Mais cão que ladra não morde,

e sem dente não tarde mais!