Pelas tertúlias fogoneiras e galpões
Onde escramuçam as rodilhas da saudade,
Apeio mágoas reunidas nos caminhos
Semeando versos de amor e liberdade.
Vou guitarreando esperanças campesinas
Trançando acordes nas seis cordas da guitarra
Rimando esperas de volteadas e nas tardes
Plagiando o canto seresteiro das cigarras.
Sou guitarreiro semeador de muitos sonhos
chasque do vento encravado nos refrões,
Clarim campeiro dos poemas galponeiros,
Plantando notas de canções nos corações.
Quem saberá de onde brotam os bordoneios
Quando em silêncio me ponho a dedilhar,
Talvez do fundo do baú de meus anseios,
Onde os requerdos são motivos pra cantar.
Vou desbravando as estradas do horizonte
Neste reponte extraviando as minhas ânsias,
Rumbeando penas de guitarras e milongas,
Abrindo sulcos nos conchavos das lembranças
De parceiros tenho o vento e seus segredos,
Tenho o luzeiro das estrelas do infinito,
Me vou cantando este destino guitarreiro
Por ser posteiro dos caminhos do infinito.